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Devemos
combater ou defender as culturas tradicionais? E a globalização? |
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Natureza e sabedoria humana Há,
na natureza humana, uma certa tendência em polarizar. Quando algo é definido,
conclui-se que tudo o mais pode ser dividido em dois mundos: um que o
corrobora e é da mesma natureza, e outro que o contesta, de natureza
antagônica. Como se só houvesse duas opções a tudo no mundo (o estudo da
falácia da falsa dicotomia ajudará a dissipar este tipo de engano:
antecipe-se). No
nosso caso, acusamos as práticas politicamente corretas da globalização de
visarem prioritariamente o controle social e a concentração de renda e poder.
E, precipitadamente, alguns concluem que defendemos as culturas tradicionais.
Ledo engano. As práticas tradicionais transbordam de usos execráveis, com as
quais não podemos compactuar. Mas,
como interessa ao Sistema, polarizamos: defendemos um lado que sabemos bom, e
classificamos todos os outros inimigos, defensores do outro lado e, claro,
maus. Todos nós só percebemos más intenções, desvio de caráter, crimes e
desvirtudes do outro lado, não do nosso, naturalmente. Como interessa ao
Sistema e é explorado por ele. Caráter irreversível das mudanças Lastimo
que alguns de nós sejamos saudosistas ou tradicionalistas. Jamais voltaremos
a viver como os nossos antepassados, jamais dividiremos as mesmas estruturas
culturais como foi por milênios: os descendentes repetindo hábitos e
pensamentos de seus progenitores, hoje em dia já devidamente criminalizados e
descartados. A construção de uma sociedade com novos padrões não é só uma
necessidade, mas algo natural, em andamento e irreversível. Não defendemos nem as tradições nem a globalização! Nesta obra defendemos que temos opções quanto ao nosso posicionamento,
não precisamos defender um lado para demonstrar que o outro tem usos escusos.
Pelo contrário. As
culturas mais antigas se utilizavam da guerra, da escravidão, do machismo, de
genocídios, da misoginia e tantas outras práticas politicamente incorretas
para se perpetuarem, práticas hoje já devidamente criminalizadas. Até
canibalismo já foi hábito cultural. A
cultura atual também tem suas péssimas características. Iniciando pela
concentração de renda e poder e a instalação de ditaduras com o argumento de
defenderem igualdade social e democracia. Penso
que não podemos negar que há um grupo de pessoas e famílias cada vez mais
rico e poderoso: estão todas listadas na Forbes. Também é público e notório
que influenciam governos e adquirem as riquezas de outros países. Geralmente
não invadem e aniquilam os povos com armas, como os povos antigos, mas os
influenciam usando o Google, o Facebook, demais mídias sociais, órgãos da
ONU, filmes, séries populares, os programas midiáticos de seus próprios
países e até linhas da religião local. Impõem, inconscientemente para a
maioria, crenças, pensamentos e comportamentos. Narrativas e supranarrativas,
incluindo nos conceitos: trocando estes, mudam a forma de pensar da
população. E não percebemos nossa inocente participação, só a dos outros. Não
nos atentaremos em mostrar as falhas criminosas das culturas antigas para não
perdermos nosso foco e porque elas já são do conhecimento geral. Repito, para
que fique claro: não é porque apontamos interesses nebulosos nas crenças e
hábitos atuais que defendemos a volta de abusos e crimes das culturas
tradicionais. Acreditamos que não temos apenas duas opções: cultura
tradicional machista, misógina, capitalista, escravagista, genocida ou a
globalização pseudo-socialista, pseudodemocrática, emburrecendo, corrompendo,
adoecendo e polarizando a sociedade. Temos certeza de que há opções. Nossos objetivos Então
se torna nosso objetivo mostrar o principal recurso utilizado pela
globalização no controle social: os pensamentos (narrativas e supranarrativas)
populares, por nós ingenuamente defendidos e formadores de nossa maturidade e
de nossa sabedoria pessoal, temas primordiais nos nossos estudos. Sobre o
contexto e a influência pessoal. |
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