DRS.09 |
|
Relação
da fadiga crônica com a fibromialgia |
|
Leitura anterior: fadiga crônica. Falemos da relação da fadiga crônica com a
fibromialgia. Ora, todos os sintomas associados à fadiga crônica estão
presentes na fibromialgia e vice-versa. A diferença é apenas a seguinte: a
Fadiga Crônica parece uma FM onde a dor é menos importante que a fadiga e
vice-versa: a FM é uma Fadiga Crônica onde a dor é mais relevante que a
fadiga. Que a meu ver e em acordo com a minha clínica de mais de 35 anos com
esses males, não passam de sintomas. Sei
que os males existem, há pessoas estafadas e outras com dores miofasciais,
mas são sintomas comuns a algumas patologias. Também acuso que o fato de sindromizar sintomas ofusca a identificação do mal
principal e, consequentemente, as melhores terapêuticas. Outras diferenças e semelhanças
importantes entre a Fadiga Crônica e a Fibromialgia No caso da fadiga crônica
relata-se que ela é aliviada em algum tempo, quiçá anos, enquanto a
Fibromialgia não tem cura. Mas isto não é verdade: há inúmeros casos de
fibromialgia que se reabilitaram. Lembre-se: os textos dizem que a FM não tem
cura, mas também dizem que ocorre mais entre paciente entre 40 e 50 anos,
menos presente em pacientes acima dos 60. Ou os pacientes com FM falecem
disto, o que não é verdade, ou se curam, negando a asserção que diz que a FM
não tem cura. Não há exames de laboratório
específicos para identificar a fadiga crônica. Nem para a FM. A fadiga
crônica costuma ser associada a pós quadros de baixa de imunidade e desgastes
emocionais. O mesmo ocorre com a FM. A fadiga crônica é definida pelo International Chronic Fatique Syndrome Study Group, que define protocolos bem diferentes dos protocolos
para avaliar a FM definidos pelo Colégio Americano de Reumatologia e seus
sucessores, definidos na obra Projeto Diretrizes. Mas podemos observar que
seguem os mesmos passos: arbitrariedade e seleção de sintomas em vez de
preocupação em fundamentar e explicar os sintomas. Por que insisto no
paralelo entre a síndrome da fadiga crônica com a FM? Porque, na prática,
estas pessoas se atravessam entre uma e outra síndrome: ora mais fadiga, ora
mais dor. Pelo menos na nossa clínica, isto é relevante na escolha dos
recursos. Há outra diferença muito
importante. As supostas causas associadas à fadiga crônica (mais fadiga que
dor) são mais fáceis de debelar como viroses e processos inflamatórios. No
caso da FM, costumamos encontrar vários problemas sérios como um grupo de
problemas na coluna, hipotireoidismo e toxinas no organismo, que são coisas
que envolvem mais a sensação de dor, menos a fadiga e perduram por mais
tempo. Conclusão Fadiga Crônica e Fibromialgia não
me parecem síndromes, mas sintomas transformados em síndromes. Isto encerra a
necessidade de definir o quadro e a responsabilidade em curá-lo (basta dizer
que isto não tem cura). Sobre a
sindromização. Voltar à relação de Reflexões para a Saúde. |
|
|
|
|