Depressão
16 Depressão
da vítima |
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A depressão dentro da depressão. Quando a depressão faz parte da estrutura
social de proteção ao deprimido e todos os envolvidos são mantidos reféns do
amor. Este quadro - depressão da vítima – costuma
ser consequência e não gerador do quadro depressivo. Mas merece especial
atenção porque fármacos, amor e recursos motivacionais não apenas costumam
ser inócuos, mas até mantenedores do quadro. E muitas das terapêuticas
auxiliares no trato da depressão, por facilitarem e desprezarem tal quadro,
são capturadas pelo esquema e se tornam ineficazes. Freud registou certa diferença entre o luto e
a melancolia (recomendo a leitura do texto freudiano com este título). Ele
reparou que, regularmente, o luto, que é consequência de perda de algo muito
valioso e talvez insubstituível, dá continuidade a um estágio de dependência
e vitimismo, em que a pessoa em questão desloca o valor que dava ao objeto
perdido a si mesma, a sua situação ou ao seu sofrimento. Como consequência,
após o luto já não valoriza tanto o objeto perdido, por vezes até o acusa de
tê-la abandonada e faz uso inconsciente de seu estado de vítima para angariar
afeto e proteção dos seus amados e protetores. Sofre enquanto provoca
sofrimento naqueles que ama, mas não percebem. Relembre os casos comentados em Depressão 11. Autoestima e
depressão (leitura obrigatória). Reflexão
depressão 16. Identificada a depressão da vítima, típica em casos de luto,
carência, fragilidade e vitimismo, como combater a inércia sem machucar ainda
mais os envolvidos e, principalmente, a vítima? |
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