PR05.30

Eu mereço ser feliz é uma falácia 


Requisito. Meritoso 01.

Sim, é. Por vários motivos.

Primeiro motivo: porque agrada, mas tem erro de lógica (isto é a definição de falácia). Todos nós desejamos muitas coisas, inclusive sermos felizes. Não há motivos para não o sermos, então concluímos a partir do desejo e da não existência de lei impedindo que não é só um direito, mas uma verdade. Na cadência, até achamos que é um desejo divino e, se não for, deveria ser um direito constitucional. Certamente é algo justo, defensável e inclusivo, mas não deixa de ser uma falácia porque a felicidade não é questão de mérito, mas de poder, por isto a máxima a tantos engana.

Tipo de falácia. Falsa dicotomia, falso dilema, pensamento preto e branco ou falsa bifurcação é uma falácia informal que descreve uma situação em que dois pontos de vista alternativos, geralmente opostos, são colocados como sendo as únicas opções, quando na realidade existem outras opções que não foram consideradas.

Faça esta dinâmica. Numa roda de amigos, afirme que a expressão eu mereço ser feliz é falsa, é uma falácia. Provavelmente alguém questionará: então eu não mereço ser feliz? A mente distraída, assim como a infantil, não consegue perceber que não há apenas estas duas opções: merecer ser 1- feliz ou 2- infeliz. E logo conclui que uma delas é falsa (na certa, eu mereço ser infeliz), automaticamente concluindo que o inverso é verdadeiro (eu mereço ser feliz). Por isto insisto na necessidade de estudarmos e reconhecermos falácias antes ou ao início dos nossos estudos.

Segundo, porque está em acordo com nosso saber social, aquele saber que é formado pela cultura, pelos exemplos e pela repetição, logo, é uma narrativa e, ao mesmo tempo, um viés de confirmação: confirma o conhecimento e o desejo.

 

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