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Influência escolar nas
inteligências |
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Escola e inteligência Um tema ao qual eu regularmente volto é a influência
escolar nas inteligências. Principalmente sobre a importância dos conteúdos
escolares nesta fase para o desenvolvimento delas: crianças de cinco a dez ou
doze anos de idade. Sou sexagenário e meus pais e avós tinham um princípio
sobre a inteligência: é indo para a escola que se fica inteligente. Hoje em dia, a inteligência não parece ser um objetivo
educacional. Pelo menos não há este nome nas vinte metas do Plano
Nacional da Educação, tampouco encontro algum dos diversos tipos de
inteligência entre os objetivos nos programas educacionais que se me
apresentam. No máximo, aptidões. E é complicado falar de aptidões em
crianças. Como a Escola pode ajudar as crianças? Estamos falando de crianças que saíram da alfabetização,
com idade de seis a dez ou doze anos. O que a Escola pode fazer por elas? Já
sabemos: disponibilizar condições para que suas aptidões floresçam. Ninguém
percebe que é complicado relacionar conteúdo com o desenvolvimento de
aptidões específicas ou atividades profissionais nesse público? É insólito
afirmar que este seria o objetivo escolar infantil: deixar as aptidões
florescerem. Não é fase de selecionar ou relacionar aptidões, mas de criar
condições para que floresçam! A criança vai precisar verbalizar intenções, preparar
currículos, se comunicar com diferentes pessoas em inúmeros cargos,
compreender falas e textos, se expressar, capturar interesses. Sempre foram
estes os objetivos de ensinarem o Português no primário. O futuro adulto também se articulará melhor na vida se
dominar lógica e racionalidade. Reconhecerá falácias, por exemplo, algo muito
raro hoje em dia. Matemática não ensina apenas o teorema de Pitágoras,
fórmulas inúteis que jamais serão usadas e as operações básicas. Dominar
matemática ajuda a ter um raciocínio claro e objetivo, capacidade de análise,
de compreensão, de solução de questões tanto matemáticas quanto da vida.
Desenvolve a percepção, por exemplo. Algo muito, muito útil no futuro. Ao conhecermos a história de uma pessoa ou povo mais
facilmente os respeitamos, nos comunicamos, os compreendemos e propomos
atividades justas. História não deveria ser manipulada para mostrar
dominadores e explorados, patrões e empregados, brancos escravagistas e
negros escravizados ou outras polarizações, como se certos povos fossem maus
e mal-intencionados, e outros bons e oprimidos. Sabemos do interesse em
politizar e polarizar a sociedade para controlá-la e explorá-la. Este
conteúdo poderia, por exemplo, ajudar a compreender como nossos antepassados,
sem nenhuma garantia ou direito, conseguiram fazer nossa família sobreviver
até os dias de hoje. E que o Estado assistencialista, como conhecemos, tem
poucas décadas em desenvolvimento. Geografia não é só acidentes geográficos e dados por
região. Este conteúdo nos conecta com os interesses atuais e potenciais não
apenas de nosso povo, como os de outros. Ajuda a reconhecer a Economia e o
Turismo, facilita intercâmbios e identificação de valores e valorizações.
Pode, por exemplo, comentar sobre os verdadeiros interesses que outros países
e suas ONGs têm na Amazônia. Ciências Naturais, Educação Física, Artes, Língua
Estrangeira completavam o conteúdo antigo. E, repito, não visavam apenas
algum conhecimento, mas a desenvoltura e a inteligência do próprio aluno. Por que estes conteúdos passaram a ser desprezados na
Escola Nova, se não para facilitar o controle social? |
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