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Parábola da caneca cheia |
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Há décadas, no primeiro contato com um
dos meus mestres, outras pessoas presentes numa roda de reflexão, ele olhou a
todos e contou uma parábola popular, a encontramos com facilidade em grupos
de reflexão. Parábola da caneca cheia Uma
vez um homem procurou um mestre e lhe disse: mestre, estou em busca do mestre
dos mestres, busco alguém com Sabedoria e me disseram que essa pessoa é o
senhor. O senhor me aceitaria como discípulo? Ao
que o mestre retrucou: vamos
seguir o ritual, primeiro oferecemos um chá ou leite. Alguns
discípulos trouxeram duas canecas, uma jarra de chá e uma de leite. O
mestre cuidadosamente encheu parcialmente uma caneca com chá e a outra com
leite. E
perguntou ao visitante: preferes chá ou leite? Aqui
a resposta é aberta, o visitante pode escolher entre chá e leite. Então
o mestre retruca: eu também. E pega o bule de chá ou leite, conforme a
escolha do
pedinte, e despeja na caneca que tem o outro produto, leite ou chá. Ao
transbordar, ele analisa o conteúdo e afirma: ainda não está bom. Em seguida
despeja ainda mais no copo. E repete a análise e o comentário algumas vezes.
Até que o visitante diz: mestre, não seria melhor esvaziar antes de voltar a
encher? Ao
que o mestre retruca. Sim, não se pode encher o que está cheio. Figura de burrice Penso
que a melhor figura para a burrice seja a de uma caneca cheia. A
imunização cognitiva da pessoa emburrecida ocorre não por falta de
informações ou estudos, mas pela necessidade visceral de não esvaziar, de não
alterar seus saberes, de não questionar as próprias crenças. |
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