IB03.219

Parábola da caneca cheia


Há décadas, no primeiro contato com um dos meus mestres, outras pessoas presentes numa roda de reflexão, ele olhou a todos e contou uma parábola popular, a encontramos com facilidade em grupos de reflexão.

 

Parábola da caneca cheia

Uma vez um homem procurou um mestre e lhe disse: mestre, estou em busca do mestre dos mestres, busco alguém com Sabedoria e me disseram que essa pessoa é o senhor. O senhor me aceitaria como discípulo?

Ao que o mestre retrucou: vamos seguir o ritual, primeiro oferecemos um chá ou leite.

Alguns discípulos trouxeram duas canecas, uma jarra de chá e uma de leite.

O mestre cuidadosamente encheu parcialmente uma caneca com chá e a outra com leite.

E perguntou ao visitante: preferes chá ou leite?

Aqui a resposta é aberta, o visitante pode escolher entre chá e leite.

Então o mestre retruca: eu também. E pega o bule de chá ou leite, conforme a escolha do pedinte, e despeja na caneca que tem o outro produto, leite ou chá.

Ao transbordar, ele analisa o conteúdo e afirma: ainda não está bom. Em seguida despeja ainda mais no copo. E repete a análise e o comentário algumas vezes. Até que o visitante diz: mestre, não seria melhor esvaziar antes de voltar a encher?

Ao que o mestre retruca. Sim, não se pode encher o que está cheio.

 

Figura de burrice

Penso que a melhor figura para a burrice seja a de uma caneca cheia.

A imunização cognitiva da pessoa emburrecida ocorre não por falta de informações ou estudos, mas pela necessidade visceral de não esvaziar, de não alterar seus saberes, de não questionar as próprias crenças.

 

Continua aqui.