IB03.211

O burro dá coices


Sabemos que há pessoas que não têm apenas dificuldade, mas a incapacidade de aceitar, de perceber e mesmo de supor que pode estar errado. Imenso é o sofrimento que passam ao serem contestados, o horror que têm de seus supostos adversários estarem certos. Daí o coice.

Incapazes de derrubar argumentos, partem para a agressividade. Contestar os argumentos é expressão de sabedoria, mas nem sempre há argumentos válidos. Nestes casos pessoas emburrecidas:

·                   Contestam a qualificação da contraparte. Tem preparo, experiência ou título para colocar os argumentos?

·                   Tentam destituí-lo. Sua origem, cultura ou interesse devem ser incoerentes com o suposto saber.

·                   Tentam cancelar o indivíduo. Usam de ofensas, depreciações, queima de reputação ou similar.

·                   Fazem regularmente o uso das falácias ad hominem e do espantalho: atribuem alguma desvirtude ou falha a outra parte e a agridem por causa disto, ou interpretam erradamente algum de seus argumentos e se concentram em espancar freneticamente esse homem de palha.

·                   Polarizam para negar o argumento. Usam da falácia preto no branco ou da falsa dicotomia.

·                   Recorrem a instâncias superiores, inclusive divinas, proféticas e legais, para desqualificarem tanto os argumentos quanto as contrapartes.

·                   E, não raramente, partem às agressões físicas.

Reflexão. Todos os comportamentos relacionados acima servem para desviar o foco: como a pessoa não consegue considerar o argumento, não tem a capacidade de perceber seus erros, então se concentra em agredir ou criminalizar a contraparte ou algum de seus atributos.

Aqui vou lembrar que sempre comento a importância de reconhecermos falácias. Então por que falácias e viés de confirmação não são assuntos escolares? Ora, de novo percebemos o interesse do Sistema no controle dos saberes e da Educação.

 

Continua aqui.