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O burro dá coices |
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Sabemos que há pessoas que não têm apenas
dificuldade, mas a incapacidade de aceitar, de perceber e mesmo de supor que
pode estar errado. Imenso é o sofrimento que passam ao serem contestados, o
horror que têm de seus supostos adversários estarem certos. Daí o coice. Incapazes de derrubar argumentos, partem para a
agressividade. Contestar os argumentos é expressão de sabedoria, mas nem
sempre há argumentos válidos. Nestes casos pessoas emburrecidas: ·
Contestam a qualificação da
contraparte. Tem preparo, experiência ou título para colocar os argumentos? ·
Tentam destituí-lo. Sua origem,
cultura ou interesse devem ser incoerentes com o suposto saber. ·
Tentam cancelar o indivíduo.
Usam de ofensas, depreciações, queima de reputação ou similar. ·
Fazem regularmente o uso das
falácias ad hominem e do espantalho: atribuem alguma desvirtude ou
falha a outra parte e a agridem por causa disto, ou interpretam erradamente
algum de seus argumentos e se concentram em espancar freneticamente esse
homem de palha. ·
Polarizam para negar o
argumento. Usam da falácia preto no branco ou da falsa dicotomia. ·
Recorrem a instâncias
superiores, inclusive divinas, proféticas e legais, para desqualificarem
tanto os argumentos quanto as contrapartes. ·
E, não raramente, partem às
agressões físicas. Reflexão. Todos os
comportamentos relacionados acima servem para desviar o foco: como a pessoa
não consegue considerar o argumento, não tem a capacidade de perceber seus
erros, então se concentra em agredir ou criminalizar a contraparte ou algum
de seus atributos. Aqui vou lembrar que
sempre comento a importância de reconhecermos falácias. Então por que
falácias e viés de confirmação não são assuntos escolares? Ora, de novo
percebemos o interesse do Sistema no controle dos saberes e da Educação. |
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