Milenaridade dos meridianos de energia

Outro ponto confuso na acupuntura é quanto à milenariedade dos meridianos ou canais de energia.

Procuram associar o uso da acupuntura na China à idade do Bronze Clássica (1523 a 1027 a.C.), época em que as patologias, as chuvas torrenciais, colheitas fracas e outros fatos ruins eram associados a entidades ou divindades malignas. Ou data ainda mais antiga (cinco ou sete mil anos) sem qualquer registro histórico. Entenda: frases filosóficas como na primavera o imperador utiliza a ala leste do palácio certamente podem ser utilizadas pela acupuntura e demais terapias, mas não prova que praticavam a acupuntura naqueles tempos!

Inúmeras obras relacionam pontos de acupuntura como o clássico Su Wen (livro do Imperador Amarelo) ou outras obras chinesas milenares. Mas estas obras não identificam o trajeto dos meridianos em nenhum momento.

Há também artefatos pontiagudos encontrados em sítios arqueológicos. Há quem acredite que tenham sido para pesca e artefatos pessoais. Mesmo que tenham sido utilizados para promover reações de cura, não definem o conhecimento de meridianos de energia.

A cartografia chinesa mais antiga que dispomos está em um museu em Pequim. É uma obra de bronze do século XVIII, foto fácil de encontrar em obras de acupuntura e abaixo ao lado esquerdo.

A utilizada na atualidade está ao lado direito, apesar de, hoje em dia, a Medicina Chinesa já ter relacionado mais de dois mil pontos. Há até terapeutas que afirmam que cada poro na pele é um ponto de acupuntura já conhecido dos chineses antigos.

Observe o leitor: o Homem de Bronze (século XVIII, na China...) não possui os meridianos marcados. Tampouco registra os mesmos pontos que o boneco atual. Ou seja, vários dos pontos de acupuntura utilizados na atualidade não o eram a duzentos e cinquenta anos. E querem me fazer acreditar que os meridianos eram conhecidos há mais de cinco mil anos!

 

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