Terceira entidade |
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Penso que o conceito de Terceira Entidade seja
fundamental para compreender as culturas antigas, certos comportamentos
humanos, os diversos tipos de amor, o nosso processo de maturação e, ainda,
outras questões da natureza humana. Será comentado em várias reuniões do grupo de
estudos. Terceira Entidade Quando duas ou mais pessoas se reúnem com
determinada utilidade, finalidade, ou característica, pode haver uma entidade
entre elas. Duas pessoas podem formar uma família, dois ou
mais sócios constituem firma, quatro ou mais membros se agrupam numa
quadrilha, pessoas da mesma etnia se tornam um povo, torcedores da mesma
equipe fazem a torcida e assim por diante: duas ou mais pessoas com o mesmo
interesse, objetivo, identidade ou qualquer coisa em comum, podem constituir
e se relacionarem com e
como uma terceira entidade. Não faltam
referências em religiões, doutrinas e culturas. Por exemplo, em Mateus 18,20 está: pois onde dois
ou três estiverem reunidos em Meu Nome, ali estou no meio deles. A família como terceira entidade No casamento, por exemplo. Qual o motivo de
pessoas se submeterem a este evento? Há quem entenda que entrou nele para ser
feliz e romperá os laços se o saldo entre as vantagens e os esforços pessoais
for negativo. Certamente a pessoa se esforçará em manter-se casado, fará seus
sacrifícios para manter a relação, ninguém casa para
ser infeliz, mas o saldo entre o que recebe e o que dá, na sua própria
avaliação, é determinante na manutenção do enlace. Outras pessoas pensam bem diferente, entendem que
há três entidades: o homem, a mulher e a família, cabendo aos dois primeiros
a manutenção do terceiro. Na prática, entendem o casamento como uma missão,
um objetivo e uma entidade. O importante para esses cônjuges é a própria
satisfação, mas a prosperidade da família em si, ao qual devem se dedicar,
materializado em filhos, moradia, relações familiares, sobrevivência, lazer e
muitas outras áreas e atividades sociais. A felicidade e a paz de cada
cônjuge estariam relacionadas ao sucesso do casamento, à união que perdurasse
até a morte de um deles, à criação dos filhos, à sobrevivência da família, à
satisfação de ter alguém por cônjuge, estas coisas. E todo sacrifício pessoal
é admitido em prol do sucesso dessa entidade. Sabemos que todos nós tendemos a nos esforçar em
empreitadas e que isto requer nosso amor e sacrifício, uns mais, outros bem
menos. E nestas sendas esbarramos com as nossas Terceiras Entidades. Amar alguma Terceira Entidade é natural ao
ser humano? Ainda não temos um consenso à cerca do motivo. Há
quem acredite ser natural ou genético, outros preferem responsabilizar a sua
Cultura de origem, alguns afirmam ser em acordo com os desígnios divinos e há
quem divise interseção midiática sob a influência de interesses econômicos e
políticos. Ou a combinação de alguns destes fatores. De fato, pessoas podem
se dedicar mais à família, à sociedade, à certa ideologia, aos filhos, à
Deus, à causas sociais, à alguma ideologia, ao
trabalho, enfim, a alguma ou algumas terceiras entidades que a si mesmo, ao
seu prazer ou à sua felicidade. Todas as nossas crenças, comportamentos,
percepções e objetivos de vida são dependentes dessa relação. Terceiras Entidades A família não é a única Terceira Entidade. Há quem
frequente a igreja para encontrar sua religiosidade, há quem se sinta parte
dela. Há quem trabalhe para ter seu rendimento e há quem vista a camisa da empresa. Há quem
torce por um clube de esporte e quem é do time e o financia. Há quem nasceu
no Brasil e, por isto, é brasileiro, e há os brasileiros patriotas. Viver não
nos obriga a participar de alguma Terceira Entidade, mas certamente estaremos
sempre envolvidos com ela. Identidade social todos, mais cedo ou mais tarde,
costumamos apresentar. Não faltam
referências em religiões, doutrinas e culturas. Por exemplo, em Mateus 18,20 está: pois onde dois
ou três estiverem reunidos em Meu Nome, ali estou no meio deles. Quais os interesses envolvidos? Certamente não são os interesses pessoais de cada
um de nós que foram levados em consideração para definir as diretrizes de
nossa Cultura quanto às nossas terceiras entidades. As culturas antigas priorizavam bem mais a
valorização da Terceira Entidade enquanto a atual, da própria felicidade e da
autorrealização. Creio que refletir sobre isto é de suma
importância: quais são e a que interesses atendem as terceiras entidades de
nossa Cultura? E, após, como estão envolvidas com a nossa autorrealização? BATISMO Batismos e iniciações Nas culturas tradicionais não faltam rituais em
que um jovem ou aprendiz passa por preparo, provações e iniciações, sempre
visando introduzi-lo em alguma função ou atividade social, sob o manto da
religião. Os diversos batismos religiosos, os rituais de conversão do jovem
índio em homem que pode assumir matrimônio, rituais iniciáticos nas mais
diversas escolas e culturas. Os batismos e algumas iniciações teriam a função
de converter a pessoa em alguma função social ou religiosa, tornando-o
compromissado com algo maior e mais importante para a sociedade. Durante a colação de grau da graduação universitária
há dois eventos que merecem destaque: 1) o juramento, que é o compromisso da
turma e 2) o reitor ou seu representante impondo a mão sobre todos, como as
titulações da idade Média. Estes dois marcos têm a mesma função iniciática do
batismo: retirar a pessoa do mundo geral e incluí-lo no grupo que servem à
Terceira Entidade, no caso, a profissão em questão. Este fenômeno – a iniciação, a graduação, o
batismo, ritos de passagem em tribos indígenas, enfim, o início de uma fase
em que o ego se dilui em um grupo, parece ser muito importante para
compreender o comportamento humano e refletir sobre objetivo de vida e
felicidade. Pelo menos nas culturas antigas. Voltaremos regularmente a este tema. VídeoRH 3E. Sobre a Terceira
Entidade. https://youtu.be/pnhXbf5HFCg. VídeoRH 3E criminalidade. Sobre a natureza da
criminalidade. https://youtu.be/bAxQTcHMQ50. Página inicial do
grupo de estudos. |
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